domingo, 7 de dezembro de 2008

EIS

Cumprimento a todos que abrirem este "blog". Peço passagem.
A composição, que conduzo, vem dos anos 30, deitando muita fumaça serra acima.
Sou daqueles idos da "Maria Fumaça", saudoso e assassinado trem que ligava o Rio de Janeiro a Petrópolis.
Nasci no Alto da Serra, a 10 de fevereiro de 1935; quem sabe por causa de um poderoso apito que estridulou mais alto e assustou a senhora Astrogilda Duarte dos Santos, de quem nasci. Meu pai, certamente, já providenciara a parteira, a primeira a pespegar-me uma palmada. Ele era uma pessoa respeitada em Petrópolis, naquela época um funcionário federal servindo no Telégrafo, presidente da Escola de Música Santa Cecilia, acadêmico titular da Academia Petropolitana de Letras, articulista na imprensa, na qual divulgava idéias, poemas, indignações de cidadão honesto e responsável. Falarei dele em um outro espaço do "blog".
Minha vida de menino foi a vida de um menino amado por seus pais e querido pelas três irmãs que o defendiam e cuidavam: Gilda, Ruth e Marilda. Com Gilda e Ruth, freqüentei as primeiras escolas de alfabetização, com o primário na escolinha da Terra Santa, em seguida no Grupo Escolar que ficava na rua Washington Luís e, por último, no Grupo Escolar D. Pedro II.
Passei no famoso e difícil Exame de Admissão e fui estudar no Colégio Pinto Ferreira, mais tarde Colégio São José, nos melhores dias do Educandário, nada tendo a ver com o atual.
Ginasial, Científico, com dificuldades financeiras para manutenção na Escola, contando com a ajuda do irmão comerciante Eduardo, da famosa "Casa Edsan", levaram-me a trabalhar mais cedo, conquistei um lugar de contínuo no Banco de Crédito do Estado do Rio de Janeiro, mais tarde Banco do Estado, passei pelo Banco Comércio e Indústria de Minas Gerais e retornei ao do Estado onde fiz carreira.
No interregno entre um Banco e outro cumpri o Serviço Militar Obrigatório, servindo no 1º Batalhão de Caçadores, depois 2º Regimento de Infantaria, no quartel de Petrópolis, atingindo o posto de Cabo, com menção honrosa.
Ingressei na Faculdade de Direito recem instalada em Petrópolis, cumprindo o curso e integrando a 1ª turma. Sai com o diploma de Bacharel em Direito, continuei no Banco, não me identifiquei com a profissão. Casei com Shirley, vieram os filhos Janine, Jacqueline, Fernanda e Silvio Rafael. Resolvi ser professor, cursando História e sob licenciatura, passei a lecionar em educandários de Petrópolis e na Universidade Católica de Petrópolis.
Em 1956 estava na organização e fundação de um grupo de teatro, o Teatro Experimental Petropolitano (TEP), atuando em todas as atividades do mundo cênico, estando até hoje no grupo, onde sou Diretor e Ensaiador.
A vida foi seguindo e, por ser filho de literato, poeta, homem de luta, segui as pegadas, encaixei minhas sandálias nas marcas que meu pai havia deixado pelo chão da vida. E fui e assim vou.
Ele faleceu, tinha a minha familia, trabalhava no Banco, fazia teatro, lecionava, escrevia colunas nos jornais, destarte ascendendo à titularidade acadêmica da Academia Petropolitana de Letras. Anos mais tarde, junto com Paulo Cesar dos Santos, Fernando Costa e André Heidemann, fundei a Academia Petropolitana de Poesia Raul de Leoni, hoje a Academia Brasileira de Poesia - Casa de Raul de Leoni. Tambem passei a participar da vida da Escola de Música Santa Cecilia (nela, desde menino) e do Instituto Histórico de Petrópolis.
Minha primeira crônica saiu na Tribuna de Petrópolis, quando eu tinha 11 anos de idade. Tomei gosto e vim escrevendo muita coisa. A imprensa petropolitana está recheada de meus escritos em prosa e verso. Publiquei livros e ganhei um concurso literário nacional escrevendo sobre o político fluminense Nilo Peçanha. O meu gosto e paixão pelo teatro fez-me dramaturgo, já tendo escrito e levado à cena muitos originais.
Eis. Meu nome completo é Joaquim Eloy Duarte dos Santos.

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